em 12 de setembro de 2025

Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) emite parecer sobre mudanças na Lei da Nacionalidade

em 12 de setembro de 2025

Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) emite parecer sobre mudanças na Lei da Nacionalidade

A recente carta emitida pela Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) marcou um momento crucial no debate sobre o futuro da via sefardita para a concessão da nacionalidade portuguesa. Como entidade central e altamente respeitada no processo de validação dessa nacionalidade, a CIL reafirmou a importância histórica e moral de manter esta possibilidade aberta para os descendentes de judeus sefarditas portugueses.

A posição firme da CIL

A Direção da CIL, com clareza e autoridade, declarou-se contrária à proposta governamental que prevê o fim imediato desta via:

“A Direção da CIL, como já estabelecido, opõe-se à opção assumida de eliminar, na Proposta de Lei do Governo em análise, extinguindo – com efeitos imediatos à data de entrada em vigor da Lei resultante desta Proposta de Lei – a possibilidade de concessão da nacionalidade por naturalização aos descendentes de judeus sefarditas portugueses.”

Reparação histórica: justiça e reconciliação

A carta ressalta que:

“Tendo aberto – e bem! – a porta da reparação histórica, é dever do Estado Português não a fechar, antes garantir que apenas por ela entra quem efetivamente tem o direito comprovado de entrar.”

E ainda:

“A reparação histórica aos judeus sefarditas não é uma política de imigração, mas é, sem questionamento, um gesto de justiça, de recuperação de legado e de memória e, sobretudo, de reconciliação nacional com um passado doloroso, apesar de longínquo.”

As solicitações apresentadas pela CIL

A carta também inclui propostas construtivas para melhorar e reforçar o processo, garantindo sua integridade e credibilidade:

  • Introduzir na Lei um prazo de vigência não inferior a três anos.

  • Eliminar o critério da residência.

  • Eliminar a Comissão de Avaliação para efeitos de homologação de certificados (ou, em alternativa, reconfigurá-la para homologação de procedimentos, e não de processos individuais).

  • Incluir normas específicas para auditorias e fiscalizações regulares, incluindo por parte do Parlamento.

  • Introduzir o critério do conhecimento da língua portuguesa e aprovação no Teste Nacional de Integração e Cidadania.

Vale destacar que estas propostas não têm caráter efetivo, mas demonstra o posicionamento da instituição perante o cenário em debate.

Um apelo à responsabilidade política

A carta encerra com uma frase marcante que ressoa como um apelo aos decisores políticos:

“Fazer o que é fácil pode ser tentador. Mas fazer o que é certo é o que verdadeiramente distingue os estadistas dos meros gestores da conjuntura.”

Para ler a carta na íntegra e conferir nossa análise completa, acesse:

Inglês (tradução não oficial) | Português