5 erros comuns na hora de elaborar um estudo genealógico
Dentre as exigências legais que constam no Decreto-Lei 30-A/2015 que concede a nacionalidade portuguesa aos descendentes de judeus sefarditas está a apresentação do certificado de uma comunidade judaica, em Portugal, “que ateste a tradição de pertença a uma comunidade sefardita de origem portuguesa, materializada, designadamente, no apelido do requerente, no idioma familiar, na genealogia e na memória familiar”. É aqui que o estudo genealógico cumpre um papel fundamental no bom andamento do pedido de nacionalidade.
Para ajudar a evitar confusões e erros na hora de pesquisar a sua genealogia, nós preparamos cinco erros que são comumente cometidos quando uma pessoa começa a reunir os dados para o seu estudo genealógico. Aproveitamos também para dar dicas de como evitar esses equívocos. Vale lembrar que o estudo genealógico é mais que um documento. Ele significa também um resgate das nossas origens e da nossa história.
1. São tantos Antônios e Marias…
A confusão com os homônimos é um erro comum de ser cometido quando começamos a buscar pela nossa ascendência. Ao procurar por documentos e ligações com os antepassados é natural que você se depare com pessoas que carregam nomes ou sobrenomes iguais, mas que não pertencem à sua família ou linhagem. Daí os homônimos acabarem por ser fonte de muita confusão e indução a erros.
Como forma de minimizar a chance de erro ou mesmo evitá-lo é importante estar atento a outros dados além do nome. A região do nascimento, do casamento e do óbito dos ancestrais, além da comprovação das ligações parentais são informações que ajudam a saber se a pessoa da qual você encontrou registro é mesmo seu ancestral ou pertence a outra família.
2. O Brasil já foi Terra de Santa Cruz
Outro ponto importante para se estar atento é se os nomes e sobrenomes que você está pesquisando estão de acordo com os locais das certidões que estão sendo levantadas. É comum, por exemplo, que cidades e regiões ao longo dos anos tenham pertencido a outras jurisdições ou dioceses. A depender da época à qual pertenceu o seu ancestral, a vila na qual ele nasceu, casou pode ter se tornado município ou mesmo ter sido anexada a uma cidade vizinha.
Para evitar que erros desse tipo aconteçam, investigue as datas de criação da cidade ou da jurisdição à qual o seu ancestral possui ligação. Um dos locais onde você pode encontrar informações deste tipo é o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
3. O nome antes e depois do casamento
Por décadas foi uma tradição que as mulheres, ao casarem, abdicassem do seu sobrenome de família e passassem a adotar o da família do marido. Este hábito faz com que laços genealógicos pelo lado materno, por vezes, sejam mais difíceis de serem verificados. Daí ser importante não esquecer deste tipo de informação quando você estiver a iniciar o seu estudo genealógico.
Um documento que pode ajudar na identificação dos nomes de família tanto pelo lado materno quanto paterno é a certidão de casamento. Esse é um documento muito importante no estudo genealógico, pois traz, inclusive, os nomes dos pais dos noivos. Ah! Vale lembrar que, embora menos comuns, há casos em que os homens assumiram o sobrenome da família da esposa.
4. Só o sobrenome não basta
Muito se diz sobre a possibilidade de se identificar um cristão novo apenas por meio do sobrenome, a exemplo de Coelho, Gato, Cordeiro, Oliveira, Carvalho etc. É importante lembrar, entretanto, que os judeus sefardita forçados à conversão adotavam nomes cristãos. O objetivo era o de não atraírem a atenção dos perseguidores.
Então esteja atento e busque todos os dados possíveis sempre que se deparar com algum ancestral que traga um sobrenome que se diga tradicionalmente ligado a cristãos novos. A verdade é que cristãos e judeus podiam ter exatamente os mesmos sobrenomes.
5. Exame de DNA
Muitas vezes, na ansiedade de comprovar algum vínculo com antepassados judeus, as pessoas recorrem a exames de DNA. Esse tipo de exame é interessante para quem quer saber as etnias que compõe a sua herança genética, mas para quem deseja conquistar a cidadania portuguesa pelos sefarditas esses exames não são aceitos. A comprovação de descendência para este fim se dá através do estudo genealógico fundamentado em documentação histórica.
O estudo genealógico é mais que um documento, é um resgate das nossas origens e da nossa história. Ele é fundamental para a cidadania portuguesa pelos sefardita e muito significativo para a nossa identidade. Você pode se surpreender com as descobertas.
Você pode descobrir se tem ascendência sefardita
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