Considerado o país mais digital do mundo, Estônia busca talentos em TI
O país mais digital do mundo, segundo o portal britânico Wired, tem milhares de oportunidades de trabalho e busca talentos brasileiros na área de tecnologia da informação. Situada no norte da Europa e banhada pelo mar báltico, a Estônia tem aproximadamente mais de sete mil vagas abertas em startups devido à forte expansão tecnológica que experimenta desde a segunda independência, segundo dados do Estônia Hub, empresa que promove relações tecnológicas e comerciais entre Brasil e Estônia. Ofertas de trabalho também são divulgadas pelo governo estoniano e somam cerca 540 oportunidades no site Work Estonia.
A Estônia, que integra as repúblicas bálticas ao lado de Letônia e Lituânia, promoveu um inovador processo de modernização voltado para a gestão pública e privada que a transformou em exemplo tecnológico para o planeta. De acordo com informações do governo estoniano, disponíveis no site oficial e-Estonia, o pequeno país tem 1,3 milhão de habitantes, oferece 99% dos serviços públicos em plataformas online, é o primeiro do mundo a adotar uma votação online e é sede de sete unicórnios – startups de alcance mundial e faturamento bilionários -, como Bolt, Skype, Wise, a antiga Transferwise, Pipedrive e Grabcad, e também de mais 1.100 startups.
De acordo com o cofundador da Estônia Hub e especialista em consultoria estratégica pela Universidade de Harvard, Raphael Fassoni, as empresas estonianas têm interesses nos profissionais do Brasil, principalmente os da área de tecnologia da informação, devido à criatividade, boa formação e alto poder comunicativo destes profissionais. Fassoni, que reside na Estônia há 3 anos, aponta que comunidade brasileira no país tem cerca de 400 pessoas, sendo que a maioria trabalha com tecnologia.
Após estudar as características do país europeu e mapear mais de 250 startups, o especialista em Direito Internacional Privado e advogado-sócio da Martins Castro Consultoria, Thiago Huver, afirma que a rápida expansão do mercado estoniano tem gerado uma alta demanda por mão de obra especializada nas áreas de engenharia de software para desenvolvedores, cibersegurança, IOT e blockchain, marketing e também mídias sociais. Segundo ele, como a Estônia incentiva de forma constante novas startups e a atração de empresas, devido aos seus sistemas tributário e fiscal simplificados, há casos em que há déficit de profissionais. Por isso, garante que quem tem um bom currículo tem espaço nas empresas estonianas.
Residente na Europa há cinco anos, Huver presta consultoria para quem deseja internacionalizar a carreira e negócios, afirma que outro aspecto positivo da Estônia é o incentivo à liberdade para os profissionais ou empreendedores que podem ter atuação no país estando em qualquer lugar do mundo. “A mentalidade estoniana segue o processo evolutivo das sociedades modernas e reforça uma das principais características desta geração que é a possibilidade de se mover para qualquer lugar. É importante também apostar no poder da mobilidade para conectar pessoas e empresas em todos os países. Não há limites ou fronteiras para quem tem competência e disposição para ir além”, analisa.
Apesar da digitalização dos processos, ele comenta que é fundamental conhecer a legislação, regras e condutas necessárias para se atuar e morar em outro país. “Assim como todo país europeu, a Estônia tem regras para que estrangeiros se instalem em seu território. Sendo assim, existe metodologia para se ter sucesso nesta empreitada e, por isso, é fundamental ter informações sobre as vagas, a conexão com empresas, documentação e serviços necessários para a migração e relocação no novo país”, diz Huver ao destacar que no território há três idiomas ativos, o estoniano como língua oficial, russo e inglês.
Bom IDH e excelente nível de educação
A qualidade de vida é um dos destaques da Estônia, que tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerado muito alto pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD). No ranking geral, o país ficou com a 29ª colocação empatado com a Itália. A expectativa de vida é de 78,8 anos e a renda nacional bruta per capita é de US$ 36.019.
No quesito educação, é um dos destaques da União Europeia, no Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (PISA), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ocupando o primeiro lugar da Europa nos três domínios de avaliação, que são leitura, ciências e matemática.
Publicado no portal Terra
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