Os Holandas, presença marcante no Brasil
A família pernambucana Holanda é uma das mais tradicionais do Brasil. Expoentes como Aurélio Buarque de Holanda (autor do famoso dicionário da língua portuguesa), o historiador Sérgio Buarque de Holanda e seus filhos músicos, Chico Buarque, Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina Buarque, descendem diretamente do barão de Theorobonet, Arnaud Florentz de Holanda, rico comerciante que, como se pode presumir, tinha origem holandesa.
Nascido em Utrecht, cidade no centro dos Países Baixos, localizada às margens do rio Reno, influente por ser um importante nó nos transportes do país, tanto ferroviário quanto rodoviário, portanto, com consequente destaque no comércio, além de atualmente ser famosa por seus deslumbrantes canais fluviais, Arnaud Florentz tinha origem judaica. Com sua influência e recursos, o comerciante adquiriu seu título de nobreza e veio ao Brasil no século XVI, onde casou-se com Brites Mendes de Vasconcelos. Brites, por sua vez, chegou ao Brasil ainda menina, em 1535, na comitiva do primeiro governador da capitania, Duarte Coelho.
Os cristãos-novos nas linhagens dos Holanda
Brites, nascida na corte, em Lisboa, era filha do camareiro-mor do rei de Portugal Dom João III, Bartolomeo Rodrigues de Sá, e de Joana Goes de Vasconcelos, ambos cristãos-novos condenados pela Inquisição por “judaizar”, havendo registro de que sua mãe acabou condenada à fogueira. Conta a história que a rainha Catarina teria escondido a menina e depois enviado ao Brasil sob os cuidados do governador, com a promessa de que ele lhe conseguisse um bom casamento. Com o casamento, a família adota o sobrenome “de Holanda”, que como se percebe, tem origem toponímica, ou seja, origina-se do local de nascimento de quem o adota, no caso, de Arnaud Florentz.
O casal teve oito filhos, Cristóvão de Holanda, Antonio de Holanda, Agostinho de Holanda, que casou com Maria de Paiva, neta da celebre cristã-nova Branca Dias, Adriana de Holanda, Isabel de Gois, Inês de Gois, Ana de Holanda e Maria de Holanda. Mais de 400 anos se passaram e o casamento de Arnaud e Brites gerou muitas das famílias mais tradicionais e mais numerosas do nordeste brasileiro. Além disso, os laços a partir do casamento tornam praticamente impossível mapear todas as famílias que deles descendem, mas pode-se destacar os vínculos com famílias como Cavalcanti, Lins, Albuquerque, Rego, Barreto, Vasconcelos, bem como os Ximenes de Aragão, Ferreira Gomes, Coelho, Furtado e Aguiar, do Acaraú, no Ceará.
Importante lembrar
Os sobrenomes são indícios, mas não determinam se você é ou não descendente de judeus sefarditas. Para comprovar esse vínculo, é realmente necessário um estudo genealógico.
Você pode descobrir se tem ascendência sefardita
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