Família Leão, sefarditas espalhados pelo Brasil

O sobrenome Leão, segundo apontam genealogistas como Rubens Rodrigues Câmara, foi bastante utilizado pelos judeus sefarditas obrigados a se converterem ao catolicismo pelo rei de Portugal, D. Manuel I (1495-1521). Estudos mostram também que descendentes de um dos ramos da família espalharam-se pelo sudeste brasileiro, especialmente por Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Há duas teorias para a adoção do sobrenome Leão pelos sefarditas. A primeira diz que teria sido utilizado em alusão à tribo de Judá e o simbolismo do leão, animal que era comum na Palestina e que representava força, coragem e ousadia.
Outra hipótese aponta para uma origem relacionada à cidade e província de León, na Espanha, de onde centenas de judeus fugiram em direção a Portugal. Muitos destes fugitivos se fixaram na cidade do Porto, onde passaram a atuar em áreas específicas da cidade, populares pela concentração de negócios dirigidos tradicionalmente por judeus, como a rua Congostas, antiga viela no centro onde boticários, sapateiros e outros trabalhadores ofereciam seus serviços.
Neste ramo da família há alguns notórios cristãos novos, como Luís Gomes de Leão e Antônio de Leão, filho de Maria Gonçalves e Mathias de Leão. Um dos netos de Antônio de Leão, João da Silva Leão, embarcou para o Rio de Janeiro, onde casou-se na Igreja da Candelária, em 1716, com Ignácia da Rosa Vieira. O fato é que naquele período o Rio de Janeiro não representava mais um local seguro para descendentes de judeus. Para se ter ideia, no ano anterior, cerca de 90 pessoas foram enviadas para julgamento em Lisboa pela Inquisição, dentre os quais o famoso Antônio José da Silva, “o Judeu”. O casal, então, migrou para o interior de Minas Gerais, onde deixou descendência.
Os Leão que não eram Leão
No Ceará, mais precisamente no município jaguaribano de Quixeré, surgiu uma nova família Leão sem nenhum vínculo com a anterior. O historiador Temístocles Brito de Sena conta que o jovem beberibense José Moreira de Sousa Galvão, casado com a professora primária Maria Idalina, estabeleceu-se em frente à Lagoa do Leão, em 1876, onde abriu um armazém de cereais e passou a criar gado.
Acontece que José não foi o único Moreira de Sousa Galvão a se estabelecer na região. Seu irmão, Antônio Moreira de Sousa Galvão, chegou na mesma época, quando tomaram posse da terra herdada de seu pai. Ambos ganharam notoriedade na região, prosperando e empregando diversos trabalhadores locais. Daí, para diferenciar os dois importantes Moreiras de Sousa Galvão, segundo seus descendentes, a própria população passou a referenciar José pela lagoa onde vivia. Zezé Moreira, como era conhecido, então substituiu o sobrenome Galvão por Leão.
A ligação sefardita se fez por causa da esposa de José, Maria Idalina de Freitas, 11ª geração de descendentes do cristão novo Belchior da Rosa. Seus descendentes se ligaram por casamento com importantes famílias locais, como Firmino, Lima, Oliveira e Araújo.
Importante lembrar
Os sobrenomes são indícios, mas não determinam se você é ou não descendente de judeus sefarditas. Para comprovar esse vínculo, é realmente necessário um estudo genealógico.
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