Os Linhares, da serra portuguesa ao calor nordestino

Os primeiros habitantes da região da Serra da Estrela, no alto Minho, banhada por um pequeno afluente do Rio Coura, chegaram por volta de oito séculos antes de Cristo, quando ainda nem se imaginava que ali um dia seria o norte do que hoje é Portugal. Até que os romanos chegaram ao local, por onde passaram uma de suas estradas. Com a queda do Império Romano, o território passou a ser controlado pelos visigodos. Vieram, então, os árabes, que dominaram toda a Península Ibérica.
Finalmente os cristãos expulsaram os árabes do território e o pequeno povoado fronteiriço foi se destacando na produção de linho, daí, logo passou a ser conhecido como Linhares da Beira. Além de ruas e casas em granito, foi erguido durante o reinado de D. Dinis I, no século XIII, uma fortaleza no alto de um morro a 850 metros de altura, de onde podiam vigiar as fronteiras. A região foi perdendo relevância econômica e hoje, com 259 habitantes (segundo dados de 2011), tem grande importância turística, sendo uma das 12 aldeias históricas portuguesas.
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Os Linhares no Brasil
O sentimento de orgulho levou muitas pessoas originárias daquela região a adotarem Linhares como sobrenome. Este foi o caso de Dionísio Alves e daquele que viria a ser seu genro, Domingos da Cunha, que ao migrarem para o Brasil no início do século XVIII, incluíram o topônimo. Assim, estes imigrantes, que se fixaram no sítio Rodrigo Moleiro, próximo a Natal, no Rio Grande do Norte, ficaram conhecidos como os Linhares.
Dionísio casou-se no Brasil com a potiguar Rufina Gomes de Sá, de uma rica família local, com quem teve dois filhos: Dionísia Alves Linhares e Antônio Alves Linhares. A filha casou-se com Domingos da Cunha Linhares e, juntos com o irmão Antônio, fixaram-se na ribeira do Acaraú, no Ceará, onde este último casou-se com a viúva pernambucana Inês Madeira de Vasconcelos. De acordo com o genealogista Francisco de Assis Vasconcelos Arruda, destes dois casais descendem todos os Linhares do Ceará.
Os Linhares de multiplicaram
Mas é no casal Antônio Alves Linhares e Inês Madeira de Vasconcelos que fixamos nossa atenção, pois ela, nascida em Goiana, Pernambuco, em 1718, era filha de Maria Madalena de Sá e Oliveira e do capitão Manoel Vaz Carrasco e Silva, descendente da sefardita Branca Dias. Antônio e Inês tiveram seis filhos, que após diversas gerações de casamentos com famílias da região e endogâmicos originaram ramos como os Alves Linhares, Arruda Linhares, Ferreira Linhares, Gomes Linhares, Linhares e Silva, Linhares de Albuquerque, Linhares Lima, Linhares Pereira, Macedo Linhares, Parente Linhares, dentre outros.
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Importante lembrar: Os sobrenomes são indícios, mas não determinam se você é ou não descendente de judeus sefarditas. Para comprovar esse vínculo, é realmente necessário um estudo genealógico.

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