em 16 de junho de 2020

Toledo Piza, séculos de história

em 16 de junho de 2020

Toledo Piza, séculos de história

Uma das famílias mais tradicionais presentes no Sudeste brasileiro, a história dos Toledo Piza remonta séculos. O sobrenome composto é anterior mesmo à chegada europeia à América, com registros na península Ibérica, Açores e no México.

O sobrenome Toledo é muito antigo, com origem na Espanha, tendo por tronco o Conde Per Illán, que pertencia à Casa dos Imperadores da Grécia e viveu na primeira metade do século XIII. O sobrenome, de origem toponímica, foi usado primeiramente por seu neto, Esteban Illán, que tomou a cidade de Toledo aos mouros no período da Reconquista. Durante a Idade Média, diversos membros de família estabeleceram-se em Portugal.

Já a outra parte do sobrenome composto, Piza (ou Pisa) tem origem incerta, havendo historiadores antigos que afirmam também ter origem toponímica, referente à cidade italiana. Hoje em dia, apesar de pouco difundido, podem ser encontrados membros da família em diversas regiões da Espanha, como Huesca, Barcelona, Madrid, Zaragoza, Valencia, bem como mais raramente ainda nas de Valladollid, Sevilha, Burgos, Astúrias e Toledo. Na Catalunha há registros de membros com a grafia Pisà e em Aragón há os primeiros registros em 1495, com casas em Boltaña, Alquézar, Barbastro, Lastanosa e Olsón.

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Toledo Piza na Espanha

Na Espanha há ainda um ramo sefardita do sobrenome, que adotou a grafia Piza, com z, como forma de identificar os membros judaicos do sobrenome. Contudo, no Brasil, o ramo sefardita reconhecido da família segue Sebastião de Freitas, sobre o qual se falará adiante.

Apenas no século XVII há registros da família no Brasil. A história começa com Dom Simão de Toledo Piza. Nascido em 1612 em Angra, Ilha Terceira dos Açores, lá foi batizado no dia 4 de novembro, na igreja da Sé. Seus pais foram Dona Gracia da Fonseca e Dom Juan Castelhanos de Toledo Piza, que participou da invasão dos Açores na armada espanhola comandada pelo Marquês de Santa Cruz em 1583. Sua atuação mereceu o reconhecimento de seus superiores em uma relação dos soldados que demonstraram mais valor na batalha. Ao vencerem, os castelhanos acabaram com o último bastião da resistência à união das duas coroas ibéricas sobre a cabeça de Felipe II da Espanha.

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O certo é que Dom Simão casou-se na capitania de São Paulo com Maria Pedroso de Alvarenga, filha de Sebastião Fernandes Correa, 1.º provedor (proprietário) e contador da fazenda real da capitania de São Vicente e São Paulo, e de Anna Ribeiro. Do casamento é que a família Toledo Piza entrelaça-se com o cristão-novo Sebastião de Freitas, avô da noiva.

Logo D. Simão destacou-se na sociedade local, ocupando importantes cargos, tais como o de juiz ordinário e de órfãos por 19 anos, o de ouvidor e corregedor da mesma capitania, o de capitão-mor e o de governador. Os séculos seguintes, marcados pelos inúmeros casamentos entre as nobres famílias da região, originaram diversos ramos importantes, dentre os quais os Arnaut de Toledo, Silva Toledo, Ferreira de Toledo, Pires de Toledo, dentre outros.

Importante lembrar: Os sobrenomes são indícios, mas não determinam se você é ou não descendente de judeus sefarditas. Para comprovar esse vínculo, é realmente necessário um estudo genealógico.